segunda-feira, 5 de agosto de 2013

“Potenciar o talento através do trabalho”

Fonte: Diário Insular | Desporto | Futsal | 5.AGO.13

NUNO VIEIRA, COORDENADOR DE FORMAÇÃO DO MATRAQUILHOS FUTEBOL CLUBE


"Jovens têm de trabalhar
para potenciar o talento"

Nuno Vieira: “ receio que a falta de treinadores formados e que o decréscimo nos apoios possam vir a afetar uma maior promoção do  futsal”

Nuno Vieira acredita no potencial e no futuro do futsal açoriano, onde a formação tem papel decisivo. No entanto, para esta aposta necessária faltam treinadores...






Luís Almeida  |DI

No que toca ao futsal terceirense, o final da época passada ficou marcado pelo cancelamento de várias provas a nível da formação, nomeadamente os nacionais. Em sua opinião, que implicações diretas esta decisão pode ter para uma modalidade que, apesar de tudo, ainda é jovem entre nós?

Como treinador de Futsal, vejo esta situação como sendo uma grande injustiça pelo trabalho desenvolvido pelos clubes, pois estas medidas contrariam a calendarização inicialmente apresentada e que contemplava a participação nas Taças Nacionais. É um impossibilitar do desenvolvimento que se pretende sustentável para o atleta açoriano. Se não competirmos com os melhores, não poderemos evoluir. Sentimos que estamos a esforçar-nos para nada e isso implica a natural desmotivação dos dirigentes, treinadores e, principalmente, dos jovens atletas. Continuar sem participar nos nacionais é hipotecar o desenvolvimento do Futsal, uma modalidade com potencial e que move os terceirenses.

A Associação de Futebol de Angra do Heroísmo alegou razões financeiras, relacionadas com os cortes nos apoios oficiais, para justificar a decisão. Os clubes reuniram, em claro protesto contra estes cancelamentos. Quais são as principais queixas?

Sentimos que o Futsal está a ser discriminado, pois os cortes fizeram-se sentir sobretudo nos escalões de formação da modalidade. Consideramos que este cenário não revela coerência com o Plano Estratégico de Desenvolvimento para o Futsal, apresentado pela Federação Portuguesa de Futebol para 2012-2016, transparecendo a falta de estratégias para o desenvolvimento da modalidade a nível regional, porque no primeiro ano de implementação do mesmo, as equipas açorianas ficaram sem competir a nível nacional. Neste contexto, sentimos que não estão a ser defendidos os interesses dos clubes e do próprio desenvolvimento da modalidade a nível regional.

FORMAÇÃO  deve  passar  pelo  “investimento consciente“ nos atletas locais

TALENTO E TRABALHO

Como analisa a realidade atual da formação desportiva nos Açores no que toca ao Futsal?

R: Apesar da juventude do Futsal açoriano, a minha convicção é que podemos ser uma boa referência a nível nacional. As participações recentes dos nossos jovens em clubes e seleções são um bom termo de comparação. Não podemos é encará-las como uma meta, mas sim como uma etapa do nosso desenvolvimento para, futuramente, nos conseguirmos afirmar em termos competitivos.

Serão os apoios para área suficientes? Os próprios clubes têm feito o investimento necessário? E os nossos jovens querem, de facto, ser verdadeiros desportistas, com tudo o que isto implica?

No que se refere aos apoios, o desporto não podia ser diferente das outras áreas, pelo que os clubes têm de desenvolver os seus projetos tendo em consideração estas limitações atuais. Em termos de investimento, é uma área sempre difícil, pois o apoio privado é cada vez mais restrito, o que obriga a "engenharias financeiras" para encontrar soluções para angariar fundos que nos possibilitem manter a atividade. Em termos de investimento, sou da opinião que a grande aposta deverá passar pela formação de atletas locais. Isto para mim é um investimento consciente e que implica esforço na formação de treinadores e a fundamental ambição dos futsalistas locais. Considero que todo o jovem tem o "sonho de ser verdadeiro desportista", a questão é que, na fase em que o atleta tem de revelar compromisso e responsabilidade com a modalidade, surgem frequentemente as falhas, revelam-se pouco persistentes e desistem com demasiada facilidade. Os jovens têm de perceber que o talento, por si só, não é suficiente. Ou seja, têm de trabalhar para potenciar o seu talento, o que é completamente diferente.


TREINADOR DO MFC elogia “méritos próprios” no crescimento do  futsal

FALTA DE TREINADORES

Que implicação poderá ter um hipotético fim da Série Açores? Acha que é uma prova que já mostrou razões suficientes para ser mantida, cotando-se como um fator decisivo para o desenvolvimento da modalidade?

No contexto das questões anteriores e, apesar da juventude da modalidade e da prova, considero que a Série Açores de Futsal deverá ser mantida por mérito próprio, pois nestas duas primeiras edições revelou ser um fator de decisivo de desenvolvimento da modalidade e de uma forma abrangente, desde os atletas, treinadores, dirigentes, clubes e com grande interesse por parte do público em geral.

É uma competição entre os melhores de cada ilha e isso implica o aumento de competitividade e a respetiva evolução, logo maior exigência, o que leva ao desenvolvimento de todos os intervenientes, incluindo as associações.

As implicações de um hipotético fim da Série Açores passariam pela desmotivação total dos agentes da modalidade e consequente perda de competitividade entre as equipas, o que levaria à pouca visibilidade da competição açoriana e a um diminuir das oportunidades para o futsalista açoriano. Seria o asfixiar de uma modalidade que tem tudo para correr bem nos Açores.
Atualmente, foi divulgado que o Futsal açoriano representa 8% (atletas e clubes) do Futsal nacional e, se fizermos um rácio entre equipas e população, estamos em 4.º lugar a nível nacional. São dados que revelam o potencial desta modalidade, pelo que espero, sinceramente, que não sejamos novamente prejudicados como aconteceu na época anterior com as Taças Nacionais dos escalões de formação.

Como perspetiva o futuro do futsal terceirense e açoriano?

Relativamente ao futuro da modalidade em si, perspetivo uma maior organização dos clubes, da qualidade do jogo praticado e a crescente comparência do público a vibrar com a modalidade. São argumentos que, como já referi anteriormente, revelam um Futsal açoriano com potencial. Contudo, receio que a falta de treinadores formados e que o decréscimo nos apoios - elementos estes que são fundamentais para que a modalidade se desenvolva - possam vir a afetar uma maior promoção do Futsal, que tem crescido por mérito próprio e de todos os agentes que o envolvem, desde praticantes a não praticantes.

Esta falta de treinadores devidamente formados é reflexo de quê? Na sua opinião, quem tem mais obrigações de investir nessa área da formação dos treinadoress, ou, perguntando de outra forma, a quem compete esta responsabilidade?

A falta de treinadores é um problema que pode condicionar seriamente o desenvolvimento da modalidade e o congelamento dos cursos é deveras preocupante. Em junho passado surgiram notícias de que o Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ) autorizou a FPF a ministrar novos Cursos de Formação de Treinadores, pelo que tenho conhecimento de interessados que aguardam com expectativa.

Além dos cursos, considero que a responsabilidade deve ser repartida entre a promoção por parte das associações, clubes e o interesse dos próprios treinadores, pois é preciso ter-se consciência de que apenas com uma formação contínua poderemos desempenhar melhor a nossa função e, consequentemente, evoluir a qualidade de jogo praticado.

Recentemente tive a possibilidade de participar em duas ações de formação, uma em São Miguel e, posteriormente, outra na Ilha Terceira. Houve um aspeto comum em ambas: foram os treinadores a tomar a iniciativa de contatar treinadores credenciados e de angariar os fundos necessários para levar a efeito as mesmas, as quais tiveram grande aderência, num claro investimento da classe.

Neste contexto, um plano de ações de formação anual seria uma boa estratégia de desenvolvimento para os treinadores locais, mas considero que não devem ser os treinadores isoladamente a organizar estas iniciativas. Devem ser criadas sinergias entres todos os intervenientes. As associações e os clubes devem estar mais unidos, já que são dependentes um do outro e os agentes do Futsal consideram que podem ser mais apoiados e valorizados.
Deixo aqui a ideia que nos foi dada pelo treinador espanhol Marcos Ângulo, que passaria por um encontro periódico entre os treinadores locais, em que cada participante traria três exercícios e que, em conjunto, seria partilhada e analisada toda a informação (exercícios, ideias de jogo, gestão de grupo, planificação, etc.), o que significaria um grande passo para o nosso Futsal regional. Tudo isto leva-me a afirmar que, em primeiro lugar, temos de ter a mente aberta para evoluir e, em segundo, a crise não deve ser justificação para tudo.

SÉRIE AÇORES DEVE CONTINUAR, SEGUNDO NUNO VIEIRA
"Futsal açoriano com crescimento sustentado"


Tal como aconteceu no futebol, também a Série Açores de futsal será remodelada no final da presente época, perdendo o estatuto de nacional. Como antevê este cenário?
A cessação da 3.ª divisão nacional de Futsal é um dado adquirido no final da época desportiva de 2013/2014. Relativamente à remodelação da Série Açores de Futsal, como aconteceu para o futebol, é uma decisão da qual não tenho conhecimento concreto do assunto e aguardo pelos desenvolvimentos das entidades promotoras da modalidade. Contudo, é importante ressalvar que o Futsal tem tido um crescimento sustentado (não obstante as dificuldades sentidas e colocadas ao longo das últimas épocas), assim como o desenvolvimento de atividade nos escalões de formação tem crescido, pelo que a continuidade desta prova é um cenário adequado e que, estrategicamente, permitirá à modalidade dar seguimento ao potencial evidenciado até ao momento.

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Apresentação Plantel Matraquilhos 2013/2014


A Direção do Matraquilhos Futebol Clube tem a honra de convidar Sócios ,Simpatizantes e todo o publico em geral a participar na Apresentação do plantel do Matraquilhos que terá lugar no dia 31 de Agosto de 2013 pelas 20h00 na Casa do Povo da Terra Chã.


A Direção MFC



"Todos Juntos Pela Terra-Chã" este evento é aberto a todos os simpatizantes do Matraquilhos e a todas as pessoas que queiram marcar presença neste evento.



MA-TRA-QUI-LHOS!!!