MATRAQUILHOS VENCE (3-1, APÓS PROLONGAMENTO) PORTO JUDEU E ARRECADA SUPERTAÇA
Vitória merecida
em hino ao futsal
MATRAQUILHOS junta supertaça "António Faustino de Borba" à taça de ilha
Êxito do Matraquilhos não oferece discussão, bem como a atitude exemplar do Porto Judeu. Fair-play dentro e fora das quatro linhas.
MATEUS ROCHA |diGDCP Porto Judeu, campeão da ilha Terceira, e Matraquilhos FC, detentor da taça de ilha, enfrentaram-se, sábado, no pavilhão municipal de Angra, para a disputa da Supertaça de Futsal "António Faustino de Borba".
Além de representar o arranque oficial da época 2015/16, o desafio tinha como atrativo extra o facto de ambas as equipas estarem inseridas no quadro da primeira edição do Campeonato Nacional da Segunda Divisão - Série Açores, o que conferia ao mesmo uma espécie de estatuto pré-nacional.
Levando em linha de conta os antecedentes de Porto Judeu e Matraquilhos, bem como os objetivos para a campanha que agora se inicia, o grémio da Terra Chã surgia como favorito, conquanto o titular do cetro maior do futsal local não descurasse a eventualidade de surpreender - até porque, nestas coisas do desporto, não há vencedores antecipados.
Diga-se desde já que a peleja não defraudou as expetativas. Antes pelo contrário. Os intervenientes assumiram sem rodeios estratégias de acordo com aquilo que se projetava, ou seja, o Matraquilhos a pressionar alto e a querer mandar no jogo, ao passo que o Porto Judeu devidamente organizado no plano defensivo e à procura de transições rápidas.
Acontece que o maior caudal atacante do conjunto de Nuno Vieira esbarrou nos postes da baliza contrária (cinco remates no total) e na superior prestação do guarda-redes Victor Hugo. Os dois golos quase de enfiada (primeiro para o Porto Judeu e na resposta para o Matraquilhos) faziam prever um embate recheado de remates certeiros, mas a verdade é que o marcador apenas voltou a funcionar no prolongamento.
Até lá, o Matraquilhos foi quase sempre mais atacante, só que, para além de enfrentar um rival sobremaneira estruturado nos processos defensivos, pecou em demasia na finalização. Com o passar do tempo e o desgaste entretanto acumulado, a abnegada turma de José Carlos apelava ao espírito de entreajuda para resistir -contando com a preciosa ajuda dos deuses da fortuna -, ficando cada vez mais distante da baliza matraquilhense.
Em determinados momentos da etapa complementar, o domínio do MFC chegou a ser asfixiante, só que a bola teimava em não entrar e o jogo entrelinhas abalroava na atitude guerreira do antagonista. Nem mesmo a quinta falta do Matraquilhos, a sete minutos e meio do final do tempo regulamentar, alterou a fisionomia da partida.
Somente no prolongamento é que o Matraquilhos se reencontrou com o golo (um em cada parte). A partir daqui, estava definido o vencedor, atendendo a que o Porto Judeu - agora obrigado a sair da sua zona de conforto - não denotava capacidade física e anímica para alterar o rumo da contenda.
Cinco notas de rodapé: a salutar determinação de todos os atletas, a atuação positiva da equipa de arbitragem, o ambiente de fair-play vivido dentro e fora das quatro linhas,o minuto de silêncio em memória do pai do atleta do MFC, José Bretão, e a ausência de medalhas para os vencidos - até porque se há jogo em que os derrotados também merecem ficar para a história este foi, com certeza, um deles.
SUPERTAÇA DE FUTSAL
Pavilhão Municipal de Angra do Heroísmo.
Árbitros: Duarte Mourão e Marco Carvalho (AFAH).
Cronometrista: Hélder Linhares.
Ao intervalo:
1-1
Porto Judeu 1
Victor Hugo
Clávio
Betinho
Jorge Rui
Edgar
SUPLENTES
Nuno Mendonça, Luís Maciel, Marco André, Paulo Melo (cap.), Serreta, Marlon e Carlinhos.
TREINADOR
José Carlos.
Matraquilhos 3
Ricardo
Tércio
Carlos Rui
Brruna
Melo
SUPLENTES
Dárcio, Laurindo, Diego, Poim, Fábio, Cardoso (cap.), Piolho e Márcio.
TREINADOR
Nuno Vieira.
Disciplina: cartão amarelo para Betinho, Luís Maciel; Dárcio, Laurindo, Diego e Carlos Rui.
Marcadores:Betinho (7m); Laurindo (7m), Melo (45m) e Poim (47m).