segunda-feira, 17 de setembro de 2012

"Ganhar estabilidade para permanecer neste nível"

SÉRGIO LIMA, PRESIDENTE DO MFC

"Ganhar estabilidade para permanecer neste nível"

"O MFC prepara a inédita participação no Campeonato Nacional da 2.ª Divisão de Futsal. Como o clube está a encarar este salto?

Temos de o encarar como sendo um grande prestígio para o clube e para a nossa freguesia. Mas é uma grande responsabilidade, pois somos um clube jovem, com um projeto bem alicerçado e com base nos escalões de formação. Não queremos hipotecar o futuro com esta subida, mas sim ganhar estabilidade, tanto financeira como desportiva, para estarmos num patamar competitivo desta natureza.

Financeiramente, o salto da Série Açores para a 2.ª Divisão implica que esforço?

O orçamento para a participação na 2.ª Divisão, em comparação com o da Série Açores, é um pouco assustador, pois são números mais elevados. Com uma gestão baseada no rigor vamos cumprir, com temos vindo sempre a cumprir. A nova época, a nível administrativo e financeiro, vinha sendo preparada ainda a outra se encontrava a decorrer. Realizámos algumas ações de angariação de fundos e o funcionamento da sede também é fonte de algum rendimento.

O MFC tem feito um percurso de sucesso ao longo dos últimos anos, não só nos seniores, mas também na formação. Como analisa o trajeto do clube?

O percurso tem vindo a ser sempre de sucesso, em épocas de muito esforço para a direção. Explica-se pela dedicação, empenho, organização e um projeto bem delineado, com linhas orientadoras precisas. Queremos que a equipa sénior seja um exemplo para os nossos atletas da formação e que eles tenham orgulho na sua equipa e a ambição de lá chegar. Os nossos jovens podem conquistar algo com o desporto e ganhar hábitos de vida saudável. Isto para nós é uma vitória. Na nossa formação existem casos de vida difíceis, situações que crianças não deveriam passar nestas idades e isto não é fácil para muitos deles, mas tentamos ser a sua segunda família (muitas das vezes a primeira). Um projeto que, inicialmente, estava mais vocacionado para a parte social, tem vindo a ganhar muitos títulos, o que nos deixa muito satisfeitos, sinal claro de que estamos no caminho certo. Três atletas que estão no clube desde o início dos escalões de formação fazem parte do plantel para a 2.ª Divisão. O projeto dos Coordenadores da Formação tem sido muito positivo, até para uma melhor organização entre todos os treinadores do clube a nível de sistema de jogo, treino específico de guarda-redes, etc. Há uma maior troca de ideias entre todos, o que leva a criar novas metodologias de treino. Isto está expresso nos êxitos alcançados na última época.

Durante a apresentação oficial do plantel, destacou o apoio das forças vivas da Terra Chã. Nesta altura, sente que o MFC é, de facto, uma instituição de referência para a freguesia e que é atribuída ao clube essa importância?

O MFC sempre foi e será uma instituição da freguesia e vai trabalhar em prol da Terra Chã. Não é por acaso que um dos nossos lemas é "Matraquilhos em crescimento, Terra Chã tem talento". No pavilhão já temos muitos apoiantes que anteriormente não apareciam, a abertura da nossa sede também é um meio de aproximar a freguesia ao clube, mas, como é óbvio, gostaríamos que as pessoas estivessem mais perto. Isto será possível a médio/longo prazo, pois somos um clube ainda muito jovem.

Qual a sua opinião sobre os anunciados cortes no apoio ao desporto, não só no que toca aos subsídios oficiais, mas também nas verbas provenientes das autarquias? Na perspetiva do MFC, o que reserva o futuro no que se refere, neste caso, ao futsal?

Sem os apoios governamentais e autárquicos não há clube que se consiga manter em atividade nos nacionais. Aguardamos com alguma expectativa e preocupação, visto estar em risco a participação de vários clubes em provas de índole nacional, como a Série Açores. Tenho conversado e trocado impressões com dirigentes dos clubes nacionais da zona em que estamos inseridos e todos lamentam a falta de apoios. Todos estão reticentes quanto ao futuro, mas vamos aguardar e esperar para ver. O futsal não é diferente das outras modalidades, onde se têm verificado desistências, algumas de clubes históricos."

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