quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

"JOVENS PREJUDICADOS PELA FALTA DE PAVILHÕES"

Fonte: Diário Insular 10-12-2009

NUNO VIEIRA, TREINADOR DOS JUNIORES "C"
"JOVENS PREJUDICADOS PELA FALTA DE PAVILHÕES"
FALTA de pavilhões dificulta trabalho junto dos jovens

Depois da conquista do Torneio de Abertura, os juniores "C" do Matraquilhos Futebol Clube (MFC) dominam no campeonato. Quais são os objectivos para a presente época e que importância têm estes resultados?

Pode ser uma frase feita, mas enquanto clube, os objectivos do MFC para este escalão e em termos desportivos serão sempre pensados jogo a jogo. Porém, é claro que tentamos incutir uma mentalidade vencedora nos nossos atletas e os iniciados não são excepção. Não obstante, é de salientar que apenas com dois anos de formação já tenha sido possível conquistar este título, pois motiva os jovens e a direcção para continuarmos com o trabalho de formação de atletas e, essencialmente, dos homens de amanhã.

Os escalões de formação são a verdadeira aposta do clube. Temos noção de que o futuro do clube e do futsal em geral passa por eles. A nossa aposta a médio/longo prazo passa por uniformizar todos os escalões, mas para isso são necessários mais recursos humanos, que infelizmente não abundam. Mas, para bem di futsal, será necessário formar desde as escolinhas. Felizmente, já vemos clubes com este tipo de iniciativa, pois só assim a modalidade poderá garantir a sua sustentabilidade e não apenas viver de atletas que abandonam o futebol.

O Matraquilhos tem englobado no seu projecto desportivo preocupações de cariz social. Tem sido possível levar por diante estas intenções, ou as dificuldades que se colocam são demasiadas?

Não podemos dizer que é tudo bonito quando por vezes, as dificuldades são elevadas. Os nossos jovens não são nehuns "monstros"... simplesmente carecem de atenção e carinho e, felizmente, os dirigentes do MFC têm-se mostrado sempre dispostos a apoiar, praticando o nosso lema: "Matraquilhos...Para Além do Futsal". Na minha opinião, a Terra-Chã só tem a beneficiar com o trabalho que o clube tem desenvolvido. Considero que este clube merece mais apoio da freguesia, pois é um projecto de valor e muito dirigido para os jovens, funcionando, sem dúvida, como mais um meio de prevenção dos problemas que abundam em seu redor. Não basta dizer que está mal, pelo que reafirmo que o projecto do Matraquilhos tem valor social e ver a felicidade dos jovens que nos acompanham é uma razão mais do que suficiente para continuarmos a trabalhar e garantir a qualidade das condições que temos vindo assegurar a todos os que nos acompanham.

Uma das grandes lacunas dos desportos de pavilhão na ilha prende-se com a falta de espaços para o treino, sendo que os actuais se encontram sobrelotados. Tem sentido este problema para escalonar e estruturar, com a qualidade que se impõe, as sessões de trabalho do seu plantel?

É uma verdade. Não somos excepção e a sobrelotação dos pavilhões em Angra é uma evidência, pois não nos permite realizar dois treinos semanais em espaço adequado. Na primeira sessão, dividimos metade do campo com aproximadamente 20 atletas de outro escalão, o que perfaz cerca de 40 atletas num único pavilhão. Conclusão: é a confusão total e confesso que temos feito bastante "ginástica cerebral" para organizar as sessões de trabalho. Na segunda sessão, treinamos em sintético, quando as condições assim o permitem, pois o inverno está a criar-nos muitas dificuldades, tendo, inclusivamente, sido cancelados treinos face ao mau tempo. Para bem dos clubes e do futsal, considero pertinente serem analisadas soluções que, na minha opinião, existem e podem ser tornadas realidade.

Falar em formação de atletas é, ao mesmo tempo, falar em formação de treinadores. No seu entender, é um aspecto que a modalidade também devia acautelar?

É outro aspecto essencial, não só para a sustentabilidade da modalidade, mas também um meio eficaz para a evolução da qualidade do futsal terceirense. Pelas informações que tenho, há a possibilidade de se realizar um Curso de Treinadores de Futsal de Nível II num futuro próximo e tenho a certeza que não faltarão candidatos. Felizmente, a juventude reina nos treinadores de futsal e isto é bom para os clubes e bom para o futuro do futsal local.

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