quarta-feira, 8 de junho de 2011

Entrevista Diário Insular Luis Almeida 30.Mai.2011





NUNOVIEIRA, TREINADOR DO MATRAQUILHOSFUTEBOLCLUBE





“Lutámos pelo título até à última jornada”





NUNO VIEIRA: “O nosso objetivo passa por garantir a manutenção na Série Açores”





Nuno Vieira considera posi­tiva a época do Matraquilhos, que culminou com a conquis­ta da Taça de Ilha e o apu­ramento para a Série Açores de Futsal.





O Matraquilhos Fute­bol Clube (MFC) termina 2010/11 com a conquista da Taça Ilha Terceira de Futsal, escalão de seniores masculinos, mas perde o título de ilha para a Casa da Ribeira, embora o segundo lugar signifique a entrada na primeira edição da Série Açores. Tendo em conta estes desfechos, como analisa o percurso da equipa ao longo da época finda?


Muito positivo. Afirmo isto porque, apesar de termos ficado apenas a um ponto do título máximo, acabámos por alcançar um dos grandes ob­jetivos traçados inicialmente, ou seja, a subida de divisão. No que se refere ao campeonato, o Matraquilhos teve, na minha perspetiva, um percurso digno de registo. Além de apresen­tar um futsal com qualidade, lutou pelo seu objetivo de ser campeão até à última jornada, ficando apenas a um ponto, como referi. De resto, esta foi a nossa melhor classificação de sempre. A conquista da Taça Ilha Terceira premeia o esforço dos meus atletas, mas também da direção e simpatizantes que acompa­nharam a equipa ao longo da época. Estamos convictos do contributo que temos dado à modalidade.



Assumiu o cargo de treinador principal, que acumulou com o trabalho nos escalões de formação, após a saída de Marco Reis ainda numa fase precoce do campeonato. Que influência esta “chicotada” teve no comportamento da equipa e o que mudou a partir daí?


Esta situação foi devida­mente esclarecida com os meus atletas e direção e ficou encerrada logo no primeiro momento. A confiança que pedi ao grupo foi retribuída com a máxima dedicação e empenho, sendo que o futsal praticado pelos meus atletas é o espelho do trabalho desenvolvido semanalmente nos treinos.


A Casa da Ribeira garan­tiu o cetro com somente mais um ponto do que o Matraquilhos Futebol Clube, mas em relação ao terceiro classificado, União Praiense, a distância chega aos 15 pontos. Também em golos marcados e sofridos os dois primeiros classificados fo­ram claramente superiores. Tendo em conta estes dados, como analisa o grau de competitividade/qualidade do campeonato?


No início da época, pers­petivava um campeonato repartido até meio da tabela, o que veio a suceder. Com a confirmação da Série Açores, a competitividade aumentou tendo em conta as quatro vagas em aberto. No que se refere ao apuramento do campeão, percebeu-se que a luta seria a dois. Desde que acompanho o futsal, este foi, para mim, o campeonato mais competitivo que se disputou.


Pode-se dizer que o hori­zonte Série Açores animou a discussão pelas quatro posi­ções cimeiras, mas não serviu para juntar mais clubes na luta pelo título, que se resu­miu a dois candidatos?


Considero que, enquanto matematicamente for possí­vel, todos nós ambicionamos alcançar a primeira posição, mas Casa da Ribeira e Ma­traquilhos foram, de facto, as equipas mais regulares ao longo da prova, pelo que, em determinado momento, percebeu-se que o título seria disputado a dois. Contudo, não podemos desvalorizar os restantes adversários.


Na sua perspetiva, o que faltou ao MFC para poder suplantar os argumentos exibidos pela Casa da Ribeira e que permitiram à turma praiense somar o bicampe­onato?


Considero que a prestação que o MFC realizou ao longo do campeonato seria sufi­ciente para chegar ao título. No entanto, os dois empates com o estreante GDR São Carlos foram, sem dúvida, um fator determinante para não atingirmos o nosso primeiro objetivo. Habitualmente, afir­mo que não gosto dos “ses” no desporto, pelo que me resta felicitar a Casa da Ribeira pela regularidade apresentada em prova e o consequente título alcançado.


SÉRIE AÇORES


É certa a sua continui­dade no cargo de técnico principal tendo em vista a participação na Série Açores de Futsal?


É um facto que vou conti­nuar nos seniores na próxima época. Ainda assim, foi uma decisão pessoal muito difícil, pois tenho e pretendo conti­nuar a ter uma forte ligação aos escalões de formação do MFC. O futuro do clube pas­sa, essencialmente, por eles, pelo que é extremamente importante dar continuidade ao trabalho desenvolvido até ao momento, pois queremos ver atletas da formação chegar aos seniores e vejo reais pos­sibilidades de isso acontecer em breve, uma vez que temos jovens com qualidade.


Quais os grandes ob­jetivos do MFC para a Série Açores da próxi­ma época?


Em termos gerais, pretendemos dar significado a um dos nossos lemas, que pas­sa por elevar e orgulhar o nome da Terra Chã através do futsal, bem como a nossa cidade de Angra do Hero­ísmo e, consequentemente, representar de forma digna o futsal da ilha Terceira. Desportivamente, o nos­so objetivo passa por garantir a manutenção na Série Açores.


A estrutura base do atual plantel oferece garantias tendo em vista os objetivos traçados, ou o grupo de tra­balho será alvo de mudanças?


A equipa técnica e a direção preten­dem manter a base do plantel atual. Haverá algumas alterações, como sempre acontece, mas não prevemos grandes mudanças, pois o grupo de trabalho apresen­ta qualidades que permitem enca­rar a competição com confiança e serenidade.


Na iminência de uma com­petição mais exigente e, ao mesmo tempo, com maior desgaste, até porque obriga a deslocações constantes en­tre S. Miguel, Faial e Santa Maria, acha que será neces­sário proceder a alterações de fundo, tanto a nível do treino como de acompanha­mento e apoio à equipa, para que a Série Açores possa ser encarada com otimismo?


Certamente que sim. Tere­mos de passar por uma fase de adaptação às novas exigências, mas o excelente grupo de pes­soas que acompanha o clube revela sentido de organização e ambição para dar resposta a este desafio. Será necessário um maior envolvimento de todos, mas estou convencido que, com empenho e supe­ração, estaremos preparados para enfrentar esta nova etapa na vida do clube. No entanto, não posso deixar de realçar que somos um clube aberto às pessoas e quem estiver disposto a colaborar é sempre bem-vindo na família matraquilhense.


Como viu a criação da Série Açores? Considera que é altura ideal para surgir este novo quadro competitivo e que o mesmo irá transportar a modalidade para patama­res mais elevados?


Na minha perspetiva e pelo que tenho acompanha­do à escala global, o futsal é, claramente, a modalidade do futuro, pelo que foi com satisfação que assisti ao apa­recimento da Série Açores. Na ilha Terceira, o futsal tem conquistado cada vez mais amantes e praticantes, pois é uma modalidade de emoção e paixão e quem assiste aos jogos, mais do que perceber, sente a adrenalina do jogo. Por isso, estou convicto que a sustentabilidade do futsal não será posta em causa pela criação da Série Açores.


Pela sua experiência e por aquilo que conhece da realidade da ilha, tanto o MFC como os restantes clubes reúnem condições para enfrentar uma Série Açores? Que fatores, na sua opinião, podem condicionar a participação das equipas terceirenses na 3.ª Divisão?


Os níveis de exigência são outros e os receios são normais. Também os tenho, como é natural. Todavia, se não tivermos a ambição de crescer, não valeria a pena desenvolver a atividade. É, sem dúvida, obrigatório que todos nós, desde dirigentes, treinadores e atletas, sejamos capazes de perceber que a nossa respon­sabilidade aumenta e que será necessário dar uma resposta adequada ao contexto onde estaremos inseridos a partir da próxima época.


Tem sido evidente a evolução do futsal tercei­rense ao longo dos últimos anos e, inclusive, parece que o trabalho realizado pelos clubes locais tem-se superiorizado em relação a outras ilhas, como compro­vam os resultados obtidos nos regionais jovens. Como analisa esta evolução? Pela sua experiência junto dos escalões jovens, que passos têm sido dados e o que falta ainda fazer?


É com enorme satisfação que vejo a evolução do nosso futsal no contexto açoriano e nacional, o qual tem vindo a ser acompanhado por re­sultados deveras motivantes para quem desenvolve a modalidade. Sou da opinião que, mais do que defender os clubes, temos, igualmente, de defender a modalidade, pois o crescimento da mesma é mais do que evidente. No que se refere aos passos que têm sido dados, o aparecimento das seleções é um facto muito bom para que os mais jovens ingressem no futsal. Espero que seja para continuar. A formação dos treinadores é igualmente outro fator que não podemos descurar. di


No que se refere ao campeonato, o Matraquilhos teve, na minha perspetiva, um percurso digno de registo

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