terça-feira, 25 de junho de 2013

"Interesses da modalidade não estão a ser defendidos"

Diário Insular | Desporto | Futsal | 25.JUN.13

"NUNO VIEIRA, TREINADOR DE FUTSAL

Interesses da modalidade
não estão a ser defendidos

NO QUE TOCA AO FUTSAL TERCEIRENSE, O FINAL DE ÉPOCA FICOU MARCADO PELOS CANCELAMENTOS DE VÁRIAS PROVAS A NÍVEL DA FORMAÇÃO, NOMEADAMENTE OS NACIONAIS. EM SUA OPINIÃO, QUE IMPLICAÇÕES DIRETAS ESTA DECISÃO PODE TER PARA UMA MODALIDADE QUE, APESAR DE TUDO, AINDA É JOVEM ENTRE NÓS?

Como treinador de futsal, vejo esta situação como uma grande injustiça pelo trabalho desenvolvido pelos clubes, pois estas medidas contrariaram a calendarização inicialmente apresentada e que contemplava a participação nas Taças Nacionais. É um impossibilitar do desenvolvimento que se pretende sustentável para o atleta açoriano. Se não competirmos com os melhores, não poderemos evoluir. Sentimos que estamos a esforçar-nos para nada e isso implica a natural desmotivação de dirigentes, treinadores e, principalmente, dos jovens atletas. A continuar sem participar nos nacionais, estaremos perante o hipotecar do desenvolvimento do futsal, uma modalidade com potencial e que move os terceirenses.

A AFAH ALEGOU RAZÕES FINANCEIRAS, RELACIONADAS COM OS CORTES NOS APOIOS OFICIAIS, PARA JUSTIFICAR A DECISÃO. OS CLUBES REUNIRAM, EM CLARO PROTESTO CONTRA ESTES CANCELAMENTOS. QUAIS SÃO AS PRINCIPAIS QUEIXAS?

Sentimos que o futsal está a ser discriminado, pois os cortes fizeram-se sentir sobretudo nos escalões de formação da modalidade. Consideramos que este cenário não revela coerência com o Plano Estratégico de Desenvolvimento para o Futsal, apresentado pela FPF para 2012-2016, transparecendo a falta de estratégias para o desenvolvimento da modalidade a nível regional, porque no primeiro ano de implementação do mesmo, as equipas açorianas ficaram sem competir a nível nacional. Neste contexto, sentimos que não estão a ser defendidos os interesses dos clubes e do próprio desenvolvimento da modalidade a nível regional.

COMO ANALISA A REALIDADE ATUAL DA FORMAÇÃO DESPORTIVA NOS AÇORES NO QUE TOCA AO FUTSAL?

Apesar da juventude do futsal açoriano, a minha convicção é que podemos ser uma boa referência a nível nacional. As participações recentes dos nossos jovens em clubes e seleções são um bom termo de comparação, não podemos é encará-las como uma meta, mas sim como uma etapa do nosso desenvolvimento para, futuramente, conseguirmos afirmar-nos em termos competitivos.

TAL COMO ACONTECEU NO FUTEBOL, HÁ QUEM ENTENDA QUE TAMBÉM A SÉRIE AÇORES DE FUTSAL PODERÁ SER REMODELADA. NA SUA OPINIÃO, ESTE É O CENÁRIO MAIS PROVÁVEL? COMO PERSPETIVA O FUTURO?

A cessação da 3.ª Divisão Nacional de Futsal parece-me um dado adquirido. No que se refere à remodelação da Série Açores de Futsal, como aconteceu com o futebol, é uma informação que aguardo pelos desenvolvimentos das entidades promotoras da modalidade. Relativamente ao futuro da modalidade, perspetivo uma maior organização dos clubes, da qualidade do jogo praticado e a crescente comparência do público a vibrar com a modalidade. São argumentos que revelam um futsal açoriano com potencial. Contudo, receio que a falta de treinadores formados e que o decréscimo nos apoios - elementos estes que são fundamentais para que a modalidade se desenvolva - possam vir a afetar uma maior promoção do futsal."

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