sábado, 31 de dezembro de 2011

"Matraquilhos é uma forma de estar e viver o Futsal"

RegiãoDesporto.com | Escrito por Nuno Vitoria | Sábado, 31 Dezembro 2011 12:01   

Nuno Vieira: "Matraquilhos é uma forma de estar e viver o Futsal"

Na ilha Terceira o RD encontrou Nuno Vieira, o jovem técnico do Matraquilhos FC. Esta será também a estreia de Nuno Vieira em competições Nacionais como treinador, isto aos 28 anos. Na nossa conversa o técnico da equipa da Terra-Chã começa por dizer-nos como surgiu o Matraquilhos, para em seguida não fugir à questão de a sua equipa na época passada ter falhado o título, era o seu principal objectivo. Quanto aos objectivos da sua equipa, Nuno Vieira é claro:o nos­so objectivo passa por garantir a manutenção na Série Açores e conseguir a melhor classificação possível. Nuno Vieira aproveitou para realçar a sua confiança no seu plantel e avisa que quer estrear-se na Série-Açores com uma vitória no reduto do Capelense. Capelense este que aproveitar para apontar como um potencial candidato a vencer esta Série-Açores, a terminar Nuno Vieira deixou uma mensagem a todos os sócios e adeptos do Matraquilhos FC.

nuno__vieira__3Região Desporto (RD): O Matraquilhos FC é uma das 10 equipas que irá ficar para a história do Futsal Açoriano, pois estará na primeira edição da Série-Açores de Futsal. Para os menos atentos, o que é o Matraquilhos FC?

Nuno Vieira (NV): Matraquilhos é um clube que surge de um grupo de amigos que desde jovens sempre ambicionaram fundar o clube no bairro da Terra-Chã. Formalmente, fundámos o clube em Novembro de 2006 e demos início ao projecto social-desportivo Matraquilhos…Para Além do Futsal com intuito de fazer do Futsal um meio de elevação da nossa freguesia. Iniciámos a competição federada em 2007/2008 com o escalão sénior e a formação na época seguinte. Neste momento contabilizamos cerca de uma centena de atletas a competir em todos os escalões masculinos do Futsal. Na presente época implementámos o projecto Coordenador da Formação. Sob o lema Temos Matraquilhos em Crescimento, Terra-Chã tem Talento, assumimos claramente que a missão do clube passa pela Formação de Atletas que no futuro possam vir a integrar o escalão sénior. Por estes factores, posso afirmar que o Matraquilhos é hoje uma instituição de referência no desporto e na freguesia da Terra-Chã em particular pela promoção do desporto e pelos bons hábitos de vida junto da população jovem, revelando-se mais que um clube, uma instituição com utilidade pública junto da comunidade onde está inserido.
Resumidamente, Matraquilhos é uma forma de estar e viver o Futsal.

RD: Que balanço faz do campeonato realizado pela sua equipa na época transacta, que culminou com um segundo lugar no campeonato, conquista da taça de ilha e respectivo apuramento para a Série-Açores?

NV: Conforme já mencionei em situações anteriores, Positivo. Afirmo isto, pois alcançámos um dos objectivos traçados, concretamente a subida de divisão. No que se refere ao campeonato, o Matraquilhos teve um percurso digno de registo, pois além de apresentar um Futsal com qualidade, lutou pelo seu objectivo de ser campeão até à última jornada, ficando apenas a 1 ponto, alcançado a melhor classificação de sempre. A conquista da taça de ilha premiou o esforço dos meus atletas, direcção e simpatizantes que acompanharam a equipa ao longo da época. Estamos convictos do contributo que temos dado à modalidade Futsal.

RD: O objectivo da sua equipa era conseguir este apuramento?

NV: O objectivo principal da época anterior era ser Campeão de Ilha tendo em vista o apuramento para os campeonatos nacionais, com o surgimento das quatro vagas para a Série-Açores, o apuramento tornou-se num dos principais da Direcção do MFC.

RD: A sua equipa na época passada foi o melhor ataque do campeonato com 181 golos marcados, dando uma média de praticamente 7 golos por jogo, e no aspecto defensivo a sua equipa foi a segunda melhor defesa com 40 golos consentidos, dando uma média de 1,5 golos sofridos por jogo. Espera manter nesta nova época a eficácia tanto ofensiva como defensiva?

NV: Enquanto treinador, considero que a minha responsabilidade é fazer com que a minha equipa jogue cada vez mais e melhor, pelo que espero em conjunto com os meus atletas e todas as pessoas envolvidas na dinâmica da equipa evoluir constantemente. Teoricamente, a competição em que estamos inseridos esta época é mais exigente, pelo que a competitividade será maior. Contudo, estamos a trabalhar diariamente para apresentarmo-nos a bom nível no campeonato e se conseguirmos atingir melhores resultados, seria sem dúvida um aspecto interessante para os Matraquilhos.

RD: E nesta época de estreia quais os objectivos da sua equipa?

NV: Em termos gerais, pretendemos dar significado a um dos nossos lemas, que pas­sa por elevar e orgulhar o nome da Terra Chã através do Futsal, bem como a nossa cidade de Angra do Hero­ísmo e, consequentemente, representar de forma digna o Futsal da ilha Terceira. Desportivamente, o nos­so objectivo passa por garantir a manutenção na Série Açores e conseguir a melhor classificação possível.

RD: Esta Série - Açores ficará também marcada por uma pré-época que começou em Agosto e terminou em Janeiro. Como foi o seu plantel vivendo esta longa espera pela estreia?

NV: Encarámos esta fase da época com a motivação e com o realismo necessário e no que nos competia fomos exigentes, pois não é o clube que planeia os quadros competitivos, logo tivemos de adaptar-nos ao plano anual apresentado pelas entidades organizadoras.

RD: Esta Série-Açores será simplesmente um campeonato com uma fase regular a duas voltas. Acha que é o suficiente, ou deveriam existir play-off para apurar o campeão?

NV: Na minha opinião a fase regular é suficiente, contudo, em termos competitivos seria interessante implementar os play-off, assim como permitiria iniciar a época mais cedo. Não considero o play-off como negativo para a Série-Açores. Contudo, para o Governo, assim como para os clubes, seria financeiramente mais dispendioso, pelo que não acredito que venha a tornar-se realidade esta vertente competitiva para o nosso Futsal.

RD: Na estreia o Matraquilhos FC vai a Ponta Delgada defrontar o campeão da AF P. Delgada. O que espera desta partida?

NV: Tal como todos os jogos referentes a este campeonato espero uma equipa muito competitiva, e pela experiência que têm em competições nacionais, tenho noção que vamos defrontar na jornada inicial um potencial candidato a vencer esta Série-Açores, nomeadamente, o Capelense, mas o Matraquilhos quer estrear-se com uma vitória neste campeonato.

RD: Tem o plantel que desejava para atacar esta Série-Açores?

_MG_3382NV: Sim, conseguimos manter a base do plantel da época anterior. E continuo com a máxima confiança nos meus atletas. O meu grupo de trabalho apresen­ta qualidades que permitem enca­rar a competição com confiança e serenidade, mas igualmente revelam boa capacidade de trabalho e temos plena consciência que juntos e somos mais fortes e estamos unidos por um objectivo comum.

RD: Quais as principais alterações do seu plantel da época passada para esta época?

NV: As alterações do plantel em relação à época transacta foram a saída de apenas 3 jogadores e a respectiva entrada de outros em número igual. Em termos de qualidade, considero que o plantel de 2011/2012 ainda mais equilibrado e competitivo. Confio neste grupo a 100% e é um orgulho ser o treinador desta equipa.

RD: Na sua opinião quais os principais candidatos à conquista desta Série-Açores?

NV: Pela experiência em competições nacionais, o Capelense é um potencial candidato a vencedor deste campeonato.

RD: O facto de faltar algum conhecimento neste campeonato de ilha para ilha em relação aos adversários pode condicionar a primeira volta do campeonato?

NV: Na minha opinião será mais um factor muito importante no decorrer da primeira volta do campeonato, pois o desconhecimento entre as várias equipas é evidente.

RD: Olhando aos pavilhões existentes na ilha de Terceira, considera os suficientes para a prática da modalidade?

NV: Tem sido visível um esforço das entidades governamentais dotar o parque desportivo deste tipo de infra-estruturas, mas o crescimento exponencial do Futsal, assim como outras modalidades de pavilhão, não facilita a gestão em termos de horários e disponibilidade necessária para aos clubes que desenvolvem o Futsal.  No caso concreto da Terra-Chã, considero que é uma freguesia que justifica e nós enquanto instituição desportiva temos a ambição e a convicção que vamos continuar a lutar por justificar um Pavilhão na nossa freguesia. Por vezes questiono-me o que teremos de fazer para os justificar…e estão igualmente convictos que não vamos desistir deste objectivo.

RD: São Miguel é a única ilha da região que alberga jogos da primeira divisão de Futsal. Considera isto uma vantagem em relação às demais ilhas?

NV: Neste aspecto em concreto é uma vantagem não apenas de uma ilha, mas sim uma mais-valia para a expressão do nosso Futsal a nível Regional e Nacional. Obviamente que ao terem a possibilidade de assistir com frequência a desafios da 1.ª divisão, é uma vantagem que qualquer amante da modalidade gostaria de usufruir, neste aspecto estão claramente em vantagem. No entanto e felizmente, a RTP2 tem transmitido semanalmente jogos deste nível competitivo, o que é muito bom, mas a emoção do Futsal ao vivo é algo insubstituível (risos).

RD: Agora que vai arrancar a tão desejada Série-Açores, que mensagem quer deixar aos sócios e adeptos do Matraquilhos FC?

NV: A todos os sócios, adeptos e simpatizantes do Matraquilhos, mas também aos amantes da modalidade Futsal em geral, compareçam nos Pavilhões, pois a fantástica modalidade de Futsal e este campeonato da Série-Açores em concreto oferecerá certamente excelentes encontros onde a emoção e o espectáculo não faltará. Uma palavra de apreço em especial a todas as pessoas envolvidas no Matraquilhos e que dia-a-dia dedicam-se ao nosso projecto, pois todo este crescimento que o clube tem vivido só é possível com o esforço de todos. Tudo faremos para dignificar aquilo que acreditamos que é através do Futsal, elevar e orgulhar a Terra-Chã, Angra do Heroísmo e a ilha Terceira.

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