segunda-feira, 30 de novembro de 2009

FUTURO DO FUTSAL | CRISTIANO LEITE E DIOGO ÁVILA

IN: Revista Diário Insular Reportagem Luis Almeida Fotografia António Araújo
Cristiano Leite e Diogo Ávila Futuro do futsal
Cristiano Leite e Diogo Ávila, de 11 e 10 anos, respectivamente, são duas promessas do futsal terceirense. A modalidade começa a evoluir na vertente da formação e os dois jovens do Matraquilhos Futebol Clube corporizam o caminho do futuro.

É, proventura, o grande desafio do futsal terceirense no presente: a formação. Mais do que receber actuais ou ex-figuras do futebol de onze, a modalidade tem de partir para a próxima etapa, promovendo condições para que despontem valores próprios, nados e criados no seio da modalidade. Este é um trabalho que já está em marcha nalguns clubes, como comprovam os quadros competitivos nas camadas jovens sob a alçada da Associação de Futebol de Angra do Heroísmo.

É um pouco isto que representam Cristiano Leite e Diogo Ávila: o futuro do futsal na ilha. Formar, desde cedo, jovens futsalistas que vivam e sintam a modalidade, adquirindo os conceitos de um desporto que, mesmo tendo na sua génese o futebol, difere nas interpretações técnicas e tácticas.

Embora ainda em idade de juniores “D”, os dois atletas já integram o escalão de juniores “C” do Matraquilhos Futebol Clube. Face à juventude, as palavras teimam em reduzir o discurso verbal ao mínimo, mas dentro das quatro linhas despontam talentos que os responsáveis pela colectividade acreditam serem o garante de um futuro risonho. É preciso, apenas, tempo e paciência, mesmo que sejam muitos os exemplos de quem não sabe esperar por resultados.

Cristiano Leite tem somente 11 anos, mas já revela alguma maturidade para enfrentar as diferentes fases do jogo. Embora apresente atributos que lhe conferem características de um jogador mais defensivo, exibe boas condições técnico-tácticas para se incorporar nas manobras ofensivas do colectivo. Expressa-se de forma envergonhada, mas deixa algumas ideias bem vincadas. “Sou refilão por natureza e este é, de facto, um aspecto que preciso de trabalhar. Adoramos o futsal, pela emoção, adrenalina e velocidade que a modalidade oferece”, salienta o jovem do Matraquilhos, ao mesmo tempo que realça a importância da conquista do Torneio de Abertura em Juniores “C” como forma, principalmente, de fortalecer o espírito e a coesão de grupo.

Diogo Ávila é um ano mais novo e subscreve as (poucas) palavras do colega, acrescentando que o plantel tem grande qualidade, justificando com a liderança no campeonato sem conhecer o sabor da derrota. Diogo, embora menos maduro do ponto de vista táctico, ostenta predicados sólidos para as posições de ataque, destacando-se pela boa técnica individual. E sublinha: “penso que o empenho é determinante. Tento enfrentar cada situação com muita 'genica' e nunca dou um lance por perdido”. De resto, os dois atletas são de uma dedicação extrema, não perdendo um treino.

Nuno Vieira, técnico da equipa de juniores “C” do Matraquilhos Futebol Clube, tece os mais rasgados elogios aos seus pupilos. “O Cristiano e o Diogo têm qualidades acima da média. É certo que, nestas idades, é difícil prever o que será o futuro, mas estou em crer que, se forem capazes de manter este rumo, podem ser duas estrelas do nosso futsal”, salienta.

No entanto, o jovem treinador afirma que há ainda um longo caminho a percorrer. “O clube, dentro das suas possibilidades, tem tentanto fomentar os escalões de formação, com o claro propósito de criar os futuros craques da equipa sénior. Mas há alguns entraves, desde logo pela falta de espaços condignos para o treino, que afectam a sua qualidade. Treinar, em pleno inverno, no ringue da Casa do Povo da Terra-Chã, ou seja, na rua, pode tornar-se num verdadeiro factor de desmotivação”, alerta.

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