Diário Insular | Desporto | Futsal | Luís Almeida | 4.MAR.13

MATRAQUILHOS DE CARÁTER, MAS DE EXIBIÇÃO MENOR. MELHOR A ORGANIZAÇÃO DO AMARENSE

Diferença nos pontos
expressa nos golos

 MATRAQUILHOS começa a comprometer a manutenção na Segunda Divisão

Boa atitude, mau resultado. O Matraquilhos manteve hipóteses ao intervalo, mas organização coletiva do Amarense foi melhor. Nova goleada.

LUÍS ALMEIDA |di

Claro que os resultados pesam e é sempre mais fácil tratar a bola com a confiança dos triunfos. E esta pressão extra, inimiga da serenidade, nota-se por vezes no passe que não sai, no contra-ataque que não rola ou na posse que se perde em poucos segundos. A verdade é que, nos últimos seis jogos, o Matraquilhos apenas somou um ponto, concretizou 13 golos e sofreu... 34. A última vitória é ainda do ano velho. E isto, obviamente, pesa.

Emoções à parte, os pupilos de Nuno Vieira formam, ao mesmo tempo, um conjunto alegre, que não se esconde nem sente vergonha de dar o peito às balas. Foi assim frente ao Vila Verde, em que a goleada sofrida não reflete o equilíbrio em campo, e voltou a ser assim diante do Amarense, apesar de uma exibição menos conseguida.

Só que estes conceitos inserem-se dentro do quadro técnico e tático de cada partida e no domingo, na 16.ª jornada da 2.ª Divisão, é justo reconhecer superioridade aos continentais, pois os 10 pontos que separam os dois conjuntos na classificação viram-se em campo. Os insulares até desfrutaram, logo a abrir, de dois lances no contragolpe que poderiam ter surtido efeito, mas o Amarense foi sempre mais pressionante, roubando cedo e perto da baliza de Ricardo (que rendeu o castigado Nuno Cardoso), que teve de se aplicar com afinco.

Depois chega o espetáculo do futsal. Foi Cadete a concluir da melhor forma uma combinação com Micael Rodrigues. O mesmo Micael, aos 13 minutos, rematou certeiro para o 2-1 após canto do lado esquerdo. Pelo meio, o Matraquilhos confirmou o caráter expresso nos primeiros parágrafos desta crónica, chegando ao empate por intermédio de Sucata, isto após um livre que Tony quase concluiu com sucesso.

Estrategicamente, as duas ideias de jogo diferem no ataque e na defesa. O Amarense defende mais alto, deixando três unidades de pressão ainda na ofensiva, mas também troca a bola com maior amplitude em largura e comprimento. O Matraquilhos é de passes mais curtos, preferindo uma toada expectante quando sem bola. Mudou um pouco a forma nos últimos cinco minutos da primeira-parte, daí o golo de Carlos Rui em resposta ao 3-1 de Luís Varela. Estes dados alteram-se durante dois minutos quando iam decorridos quatro da segunda-parte, mas o Matraquilhos não conseguiu fazer valer a ascendência numérica após a expulsão do guarda-redes Pedro Silva, isto depois de alguns lances para golo de ambos os lados, o primeiro para Tony.

Passado este período, voltou a existir mais Amarense, com o seu processo de organização coletiva mais evoluído. Lógico que os continentais se tornaram cautelosos, rodando pela certa. E foi assim, com passes de pouco risco, que chegaram ao 5-2. Agora o peso do resultado juntava-se ao peso dos resultados recentes. A aposta no guarda-redes avançado, ainda que de débil mobilidade, rendeu um bom golo de cabeça a Carlos Rui... mas também um bis a Pedro Clérigo. Resultado: nova estocada na manutenção.

Nota alta para a arbitragem.

2.ª DIVISÃO - 16.ª JORNADA

Pavilhão da Escola Tomás de Borba
Árbitros: Wilson Gomes e Alberto Pereira (AF Leiria)

Cronometrista: Rui Martins (AFAH)

Ao intervalo:
2-3

Matraquilhos 3

Ricardo
Sucata
Tércio Perdigão (cap.)
Fábio Raposo
Carlos Rui

SUPLENTES
Canhoto (G.R.), Paulo Areias, Yoko, Tony, Tiago Poim, Laranjo e José Domingues.

TREINADOR
Nuno Vieira.

Amarense 7

Pedro Silva
Humberto Costa
Pedro Clérigo
Fábio Correia
Rui Marques

SUPLENTES
António Absalão (G.R.), Micael Rodrigues, João Cardoso, Frederico Bragança (cap.), Jorge Pinto, Varela e Cadete.

TREINADOR
António Cunha.

Disciplina: cartão amarelo para Pedro Silva (11 e 24m). Vermelho, por acumulação, para Pedro Silva (24m).

Marcadores: Cadete (10 e 30m), Sucata (11m), Micael Rodrigues (13m), Luís Varela (18m), Carlos Rui (19 e 35m), Fábio Correia (33m) e Pedro Clérigo (38 e 39m).